Todo blogueiro já passou por esta situação: você está sentado na frente do PC, e quer escrever um post.
Você sente que TEM que escrever alguma coisa e publicar; seja porque faz dias que você não atualiza, ou para manter a frequência de postagem.
O grande problema é quando esse drama coincide com falta de inspiração e vontade de escrever. O resultado costuma ser um post “enche-linguiça”, escrito e publicado só para rechear um buraco.
Nem tudo o que você escreve deve ser publicado.
Lembre-se: tudo o que você posta no seu blog aumenta ou diminui o “valor percebido” dele; portanto nem tudo o que você cria deveria chegar à página principal do seu blog.
Discover Hundreds of Post Ideas for Your Blog with Mind Mapping
O post citado sugere uma técnica excelente para descobrir assuntos para posts, e a frase se aplica perfeitamente ao assunto de hoje.
Valor Percebido
O que as pessoas acham do seu blog – a percepção que elas têm do valor que você oferece através de seus textos – não se sustenta com um post, ou alguns posts. Digamos que isso é “decidido” através de uma média entre os posts bons, os posts meia boca e os posts ruins.
Ninguém é capaz de escrever textos excelentes o tempo todo; mas quanto mais conteúdo medíocre você publicar, menor será o valor total percebido pelas pessoas.
Simples, não? Quanto maior a quantidade de posts-recheio, mais pobre seu blog vai ficando.
Enchendo Linguiça
Mesmo que você não esteja numa situação como a que eu descrevi no começo do post, é possível que escreva recheio de linguiça mais ou menos frequentemente. Por vezes, nos ocorrem idéias para posts “fáceis” que podem ser escritos sem maior esforço, e que inclusive parecem interessantes.
A tentação de publicar esses posts meia boca é grande; mas se você pensar a longo prazo (que é o que deveria fazer sempre), verá que o benefício imediato (ter algo publicado) não compensa o prejuízo futuro – afinal, um blog cheio de posts medíocres é um blog medíocre.
Estabeleça um filtro de qualidade
A solução é ter um filtro de qualidade; se um post não passar por esse filtro, reescreva o texto ou delete sem dó.
Pode ser difícil abandonar idéias e projetos de posts – ainda mais quando se trata de um texto pronto.
Eu sei que é, pois faço isso regularmente. No entanto, esse exercício de desprendimento vale muito a pena, pois melhora e mantém a qualidade do seu blog como um todo.
Aqui estão as perguntas que faço para determinar se uma idéia deve virar post – e se um post pronto deve ser publicado.
O texto/idéia:
1 – É interessante para o leitor?
Pode ser que seja interessante para você, mas não para o leitor.
O objetivo é que o blog cresça, não publicar qualquer coisa que dê na telha. Procure constantemente um equilíbrio entre esses dois pontos: o que é interessante para você, deve ser interessante também para o leitor, de alguma forma. Senão, nada feito.
2 – Cumpre alguma função?
Para que serve? É educativo, instrutivo, informativo, divertido, útil de alguma forma? Acrescenta alguma coisa?
Se só serve para manter a frequência de postagem ou para que conste que você também escreveu sobre o assunto, é melhor deletar.
3 – Vai ganhar ou perder valor com o tempo?
Exceto em alguns casos específicos (blogs de notícias, fofocas, lançamentos de tecnologia. etc.), o prazo de validade do conteúdo é um critério que sempre deveria ser levado em conta.
Quase qualquer blog pode (e deve) publicar eventualmente conteúdo com vencimento; mas escrever textos que terão valor a longo prazo é a melhor estratégia.
Não publique com frequência textos que não vão interessar à ninguém dentro de um mês, a menos que você esteja dentro de um nicho como os que citei acima.
4 – Aumenta ou diminui o valor do blog?
Voltando ao que eu já falei: o texto acrescenta algo ao valor do blog, não acrescenta nada ou diminui o valor total?
Em meio aos textos já publicados, ele manterá o nível de qualidade, se destacará como algo positivo e de valor, ou chamará a atenção como um buraco de mediocridade?
Pior ainda: será mais um texto medíocre, em uma lista de posts medíocres?
5 – Está corretamente escrito?
Primeiro que nada: usei um corretor ortográfico?
Segundo, minha idéia está bem expressada? Fui claro, é possível entender o texto?
O título tem relação com o texto?
Levei a idéia até o final que pretendia, ou divaguei e criei um post confuso?
Standard de qualidade
Essas perguntas, respondidas com objetividade e honestidade e acompanhadas com as ações correspondentes, criam um standard de qualidade para seu blog.
Caso uma idéia ou texto não passe pelo filtro de qualidade, você pode tentar recuperá-lo; reescrevendo desde um ângulo novo, acrescentando mais informação ou podando o lixo.
Se mesmo assim a idéia não render o resultado devido (um bom post que aumenta ou mantém a qualidade do seu blog como um todo), seu destino deveria ser a lixeira.
Image: Steve Jurvetson – CC By.
marcellus
pô, eu acho interessante escrever um post mais cedo e só mais tarde, depois de uma revisão de cabeça fria publicar
entendo que qdo eu fico mto tempo lendo o texto, revisando e/ou pesquisando, chega uma hora que erros comuns passam despercebidos, então se vc volta mais tarde e relaxado pra reler o texto pela ultima vez e publicar, é bem proveitoso!
claro que vc pode acabar corrigindo uma coisa ou outra, mas normalmente isso é rápido! =D
Bruno Alves
Olá, Nosphie. Muito bom esse seu post. Já assinei o Mr. Problogger e estou “babelfishtraduzindo” o post que você citou e outros que achei por lá.
Acho que quando se está começando um blog, uma das coisas mais difíceis de se ter é esse feeling de saber se um post tem qualidade ou não – pelo simples fato dos poucos (um…} ou nenhum comentário sobre o que você escreveu.
Claro que, quando você tem autocrítica, pensa bem antes de publicar qualquer coisa – já perdi horas e horas escrevendo um post e depois que li, reli, trili, magali e brucili, simplesmente deletei porque achava que não tinha qualidade.
Mas, como saber? Parafraseando o poetinha, “muitos posts no blog, melhor não tê-los. Mas se não tê-los, como sabê-los?”
Faço com meus posts a mesma coisa que faço com meus roteiros de quadrinhos, com minhas atas de reunião no trabalho, como fiz com minha dissertação…ou seja, pesquiso, escrevo, leio, reescrevo, releio, apago partes, junto outras, releio, mostro a alguém – a diferença é que no caso dos roteiros, das atas e da dissertação a resposta é imediata: tá bom, não tá, corta isso, resume aqui, amplia isso e por aí vai.
No caso dos posts, quando a resposta não vem a gente fica pensando: pôxa, eu ralei tanto prá escrever esse post…será que ninguém gostou? Ou pior: será que ninguém leu?
Mas é assim mesmo,quem mandou inventar de ter um blog?
P.S.: prá escrever esse comentário, eu demorei quase uma hora… 🙂
Wagner Santos
Bem se associarmos o ato de escrever com o de falar, tem uma boa frase pra isso: “Temos 2 ouvidos e 1 boca para ouvir mais e falar menos”.
O ‘ouvido’ dos nossos leitores não é penico, então devemos realmente cuidar da qualidade do que escrevemos.
Pedrotxp
Isso acontece comigo, escrevo ou penso escrever sobre algo, faço uma pesquisa e descubro que é desnecessário, nem sempre eu tenho idéias boas, isso leva tempo e muito trabalho duro. O que tem acontecido, é que eu parei de ler tanto sobre blogs, isso ajuda, resumi minha leitura sobre problogging ao problogger tips e ao seu blosque, ler muito sobre blogs faz a pessoa só saber escrever sobre blogs, agora estou filtrando outros tipos de informações que com certeza começaram a render novos posts até interessantes, cinema, literatura, vida. Eu vejo alguns nerds pessoas muito boas e grandes amigos, mas infelizmente compram um iPod e só falam de iPod, fazem um blog pra falar de blogs, usam twitter pra falar de twitter, ou seja… nem só de mundo digital vive o homem. Bela reflexão gera o seu post. Até o próximo.
Rafael Slonik
Comecei o blog sem pretensão alguma. Aliás, o objetivo era colocar qualquer produção minha, nele. Com o tempo (e mais visitas), passei a filtrar as coisas.
Não tenho certeza se isso é bom ou ruim.
Me sinto tão bem quando escrevo algo totalmente nonsense e publico, que você não faz idéia. Pena que não faço SÓ isso.
Ps> tá com ads célula vermelha e de onde veio pégaso os ads do blog
Nospheratt
Marcellus: Esse também é um excelente filtro. Muito boa dica, obrigada! ^^
Bruno: No começo, quando o blog é novo, é difícil mesmo. A gente não tem feedback nenhum, e muitas vezes ente que está “falando com as paredes”, que fracassou.
Mas se você “guenta no osso”, e continua em frente, os comentários começam a chegar (se você escreve algo que preste, como é o seu caso). E aumentam, até que são tantos que respondê-los todos os dias consome uma boa parte do seu tempo.
Força na peruca, amigo! Não vá desistir, ouviu? é difícil e leva tempo, mas tenho certeza de que você chega lá! 🙂
Wagner: Com certeza! Eu já deixei de ler blogs porque o autor o transformou num muro de lamentações, por exemplo. Ninguém aguenta isso por muito tempo!
Pedrotxp: Ninguém tem boas idéias o tempo todo – a questão é ter esse filtro (como você bem exemplifica) entre as idéias e a publicação.
E sim, tem gente que parece que só fala em certos assuntos, como se fosse uma obsessão. Eu falo de blogs aqui porque é o assunto do blog, mas não falo de blogs no Deusario, por exemplo. Prefiro que o leitor saiba o que esperar do blog, do que tentar abarcar o mundo com as pernas.
Slonik: Oras, mas tudo depende dos seus objetivos, como eu falei no post sobre o sucesso do blog. Como o Bruno Alves disse por aí (não lembro onde) “não dá para querer ganhar dinheiro sem pensar em ganhar dinheiro”.
Ou seja: não dá pra querer publicar o que dá na telha, de qualquer jeito, e ter um resultado específico – não sei se me explico.
Porque tu não cria um blog só pra essas coisas nosense, então? ^^
PS – Eu sei, tu acha que não? Até escrevi sobre isso. Acho (e espero) que seja a mesma merda que aconteceu contigo, e que se solucione da mesma forma: LOGO!
Bruno Alves
Desistir? Nunca pensei nisso!!! E ainda mais com você incentivando desse jeito…
Sabia que não ia ser fácil, mas tô fazendo porque gosto – e acho que isso é um fator importante.
abração!!!
Nospheratt
Bruno: Me alegra! 🙂 E como eu já disse, fazer porque gosta é primordial. Sucesso! 🙂
Rodrigo
Estou vindo do bê-a-blog e já até anotei essas perguntas.
Agora uma dúvida. O que fazer quanto o post fica muito grande? Dividir em vários, tipo: Nome do post – Parte 1, Nome do post – Parte 2 ?
O que você recomenda?
Marina
Eu raramente escrevo um texto e posto logo em seguida. Acredito que seja preciso um tempo para você “desempolgar” da idéia, esquecer um possível deslumbramento inicial: “oh, que maravilha eu acabo de criar”. Não custa dar um tempo, ler outra coisa, ir ao banheiro, ouvir música e só depois reler seu texto. Talvez ele precise de alguns retoques.
Gostei das dicas. Abraço.
Vera Rosendo
Maravilhosas as orientações, dicas…enfim…mas existem pessoas, como eu, que não podem ser incluídas no rol de iniciantes…pois sou analfabeta no que diz respeito a blog…mas acredito que o sol nasceu para todos então, com o perdão dos blogueiros, vou escrever e divulgar aquilo em que acredito e fazer o que minha mísera parcela permitir, mas…não vou pedir visitas, copiar textos, linkar os conselhos alheios…nadinha…aprendi..tuuuudo (tudo aquilo que pude enteender, claro). Pergunto: os “pacovás” ficaram preservados?
Vera Rosendo
P.S. Posso linkar a vontade…isto é “permitido”?
Julio
Quero parabenizar você por esse post e por esse blog fantástico. É sempre bom saber que se pode aprender sempre mais com quem realmente sabe mais. Continue assim.