Mais um post da “série” Todas as Escolhas Vêm Com Um Preço. Depois dos “Margeadores”, e dos “Contribuidores“, chegamos aos “Criadores de Mudanças”.
1. The “Changers”. (Os “mudadores”, os criadores de mudanças.)
Estas são pessoas que usam seu trabalho como uma plataforma para “Mudar o Mundo”. Eles entram num mercado e tentam mudá-lo, com o objetivo de criar algo melhor, tanto para eles mesmos quanto para o mercado como um todo. Elas podem ser o CEO ou trabalhar na sala de correspondência. O que elas têm não é uma posição social, é uma condição psicológica.
Aqui temos os pioneiros, os idealistas, os inventores, os inovadores, os arriscados. Os Criadores de Mudanças são os líderes; mais ainda, são aqueles líderes que trabalham em prol da comunidade; eles se preocupam com tudo o que afeta a Efigênia como um todo, ou em grande parte.
Eles estão sempre de olho no horizonte, na “big picture”, embora não deixem de ver as árvores, por prestar atenção no bosque. São os primeiros em avistar as mudanças que se avizinham, e em analisar como essas mudanças beneficiam ou prejudicam o grupo.
Sendo assim, os Criadores de Mudanças são “early adopters”; eles são os primeiros em adotar novas ferramentas e estratégias. Pela mesma razão, costumam marcar tendências; pois ao fazer essa análise antes que o grosso do grupo, decidem o caminho a seguir, os passos a serem dados. E se aventuram por mares nunca dantes navegados – com os benefícios e problemas que surgem desse aventurar-se.
O Criador de Mudanças é uma espécie de “ativista blogueiro”. Ele levanta bandeiras, defende causas, promove debates.
A grande vantagem de ser um Criador de Mudanças é o destaque que essa posição recebe. Essas pessoas fazem barulho, chamam a atenção, tornam-se conhecidas. Acabam por construir um círculo de influência, o que facilita seu trabalho e o torna significativo.
As grandes desvantagens são as mesmas que afetam todos os pioneiros e ativistas destacados, e elas vêm desse mesmo destaque.
Primeiro, que o pioneiro não raro é visto como louco ou delirante, quando aparece com coisas absurdamente novas. Como ele tem a visão da qual carece a massa das pessoas, ele muitas vezes é criticado, ridicularizado e espezinhado, até que o desenrolar das coisas mostre que ele não estava delirando, que tinha razão em apontar este ou aquele caminho.
Além disso, todas as pessoas erram. No entanto, não é o mesmo errar quando ninguém está preocupado com o que você faz ou deixa de fazer, que errar quando você é alvo de todos os olhares, quando você é um membro destacado da comunidade, um líder.
Um erro que seria facilmente perdoado e esquecido, caso fosse cometido por um Margeador, por exemplo, torna-se uma catástrofe de proporções homéricas quando é cometido por um Criador de Mudanças.
Porque? Porque as pessoas esperam que os líderes sempre as guiem por caminhos seguros e corretos. Ninguém quer um líder humano, passível de ser uma anta como qualquer outra pessoa de vez em quando. As pessoas querem líderes perfeitos, que jamais falham. Não há lógica nenhuma nisso, mas essa é a realidade: as pessoas querem líderes perfeitos, sobre-humanos.
Essa não é uma posição fácil de ser ocupada. Sem dúvida, aqui é onde há o maior preço a ser pago. Provavelmente por isso este é o menor grupo, dentre os três que analisamos.
Como este texto ficou um pouco longo, vou deixar para fazer uma reflexão final em outro post. Inté loguim! 🙂
Que tipo de blogueiro você é?
Fábio Buchecha
O mais interessante não é ver as características desses Three Cs em cada blog/blogueiro, mas sim ver que seja que tipo você for, suas ações estão interligadas por uma rede muito maior, onde todos os C’s interferem uns nos outros.
Nosphie, para mim, essa sua série rendeu os três melhores posts do ano. De longe. É fato que vai ser citado no meu balanço 2008 😛
Henrique Artur Wint
Eu já acho que os julgamentos dependem muito de onde o vanguardista está inserido. Nem sempre ele será apontado como culpado quando o mundo desabar.
Luiz Valério
Concordo com o Fávio, essa série de posts foi o que se pode chamar de supimpa.
Bom, como blogueiro, tento fazer o melhor que posso. Escrevo sobre política sob uma ótica bastante crítica. E, como professor, tento educar os poucos leitores que visitam ao meu blog.
Vivo em Roraima, um estado marcado pela politicagem e populismo. Uma população jogada à própria sorte.
Assim tento ser esse ativista buscando levar um pouco de criticidade à pasmaceira política local. Luta árdua. Sou tiudo como o louco que você cita no post. Para muitos, um otário por criticar o poder.
Mas é isso.
Nospheratt
Fábio: Sinceramente, eu não achei que tinha ficado tão bom assim, muito obrigada! 🙂
E olha: eu já estou escrevendo a “reflexão final”, e eu não tinha encarado muito por esse lado, o das conexões. Mas concordo 1000% com você, e vou incluir isso no texto. Com crédito, é claro. 🙂
Henrique: Concordo. Nem sempre ele será crucificado, mas quando ele é crucificado (e isso é mais frequente do que seria recomendável) ele leva MUITA porrada.
Luiz: Obrigada! 🙂
É muito difícil remar contra a maré, mesmo. Ainda mais num campo polêmico como a política. Mas não desista, posi se você está fazendo isso, é porque acredita que é o certo a fazer, né? Te desejo muita sorte!
Fábio Buchecha
Aguardando ansiosamente a refelxão 😛
Iara Alencar
Isso aí é uma grande bobagem NOspheratt.
A pessoa é aquilo que ela deseja escrever e ela está na panela que ela deseja se incluir.
Então qualquer ideia que o Cardoso tiver, pode ser uma idiotice muita gente vai dizer que é maravilhoso que é inovador.
A blogosfera é só um bucado de gente seguindo os outros.
Fábio Buchecha
@Iara Alencar
A blogosfera é só um bucado de gente seguindo os outros.
Essa foi a generalização mais tola que já vi.
Richard
Tá adicionado na minha lista dos melhores posts já feitos.