No post Todas as Escolhas Vêm Com Um Preço falei sobre três categorias de pessoas/trabalhadores/blogueiros. Vamos ver essas categorias mais de perto, começando pelos “Margeadores”.
Como Joaninha bem explicou, “Margeadores” são aqueles que navegam por cabotagem, sem perder a costa de vista.
Eles só desejam entregar o trabalho e ser pagos. Suas vidas e identidades estão fora de seu trabalho – famílias, amigos, hobbies, etc. – seu trabalho é um meio para atingir um fim; uma forma de pagar por suas “vidas reais” em algum outro lugar.
Transferindo isso à Blogosfera, os Margeadores são aqueles que encaram seu blog como uma coisa secundária em suas vidas. Neste caso, possivelmente seu blog não é uma fonte significativa de rendimentos e/ou de satisfação pessoal.
Também se encaixam aqui aqueles cujo blog sim gera rendimentos, mas é encarado meramente como um meio de atingir esse rendimento. Não há uma relação ou objetivo mais profundo com/para o blog; os margeadores blogam para obter esse rendimento, ou “porque está na moda” blogar, ou para criar um portfólio ou rede de contatos, ou sabe-se lá por que motivo pessoal e intransferível.
Fato é que, seja qual for a razão que o margeador tem para blogar, ele não “perde a costa de vista”. Ele navega sempre pelas mesmas águas, faz geralmente as mesmas coisas, para obter os mesmos resultados. Ele aposta no que é seguro e conhecido, e prefere dispender o mínimo esforço possível.
O margeador não se preocupa muito com o bem ou o progresso do todo, isto é, da Blogosfera, ou dos blogs como grupo. Muitos deles sequer sabem que o que afeta o todo, pode afetá-los pessoalmente também.
Não é necessariamente uma questão de ser egoísta ou egocêntrico, mas de ser individualista, de preocupar-se com o seu quintal e nada mais.
A grande vantagem de “navegar por cabotagem”, e preocupar-se exclusivamente com o seu quintal é que suas preocupações e dores de cabeça se resumem ao que o afeta diretamente.
O margeador rara vez se envolve em polêmicas, rara vez é alvo de críticas e dificilmente investe tempo e esforço em algo que não lhe redunde algum benefício direto – o que significa que a relação investimento x retorno pode ser bastante alta, mesmo que o retorno em si não o seja.
A desvantagem é que a grande massa da Blogosfera (e, extrapolando um pouco, a grande massa de qualquer grupo) é composta por margeadores; e o individualismo e a “navegação por cabotagem” torna quase impossível que algum deles se destaque.
Se Colombo tivesse se limitado à navegar pelas margens da Espanha, eu não estaria agora escrevendo sobre ele, não é mesmo?
Claro que existem exceções, mas são isso, exceções. A função social do margeador não é se destacar, mas ser a base de onde saem os “Contribuidores” e os “Mudadores”.
Quase todos nós, no começo, somos Margeadores. Muitos permanecem nessa categoria, seja por decisão própria, por vocação ou por inércia. Outros mudam sua forma de agir e pensar, e mudam de categoria.
Como já foi dito, cada escolha tem seu preço, e seus benefícios. Cada categoria pode ser melhor ou pior para você, dependendo de seus objetivos, suas possibilidades e seus desejos.
O importante é que essas escolhas sejam feitas de forma consciente, e por isso eu trouxe este assunto à baila. No próximo post, veremos os “Contribuidores”.
Que tipo de blogueiro você é?
Monthiel
Ótimo texto. Acho, realmente, que todos (generalizando mesmo) são Margeadores, mesmo como tempo passando e a experiência chegando…
Lígia
Ótima descrição. Reforço a idéia que o margeador não necessariamente é uma escolha única e eterna, mas uma opção de fase. O importante é trabalhar sempre com os objetivos e posicionamentos, para não ter um papel camuflado (se achar uma coisa mas ter atitudes de outra) e perder tempo nãoa tingindo objetivo algum. Fica claro: objetivo e postura para atingí-lo.
Valeu